07/08/2012

REFLEXÃO PARA DIA DOS PAIS - "DECLARAÇÃO DE BENS"

"Os filhos são um presente do Senhor; eles são uma verdadeira benção." (Salmo 127.3)

   O pai moderno busca o futuro e esquece o agora. Com prazer e orgulho, a cada ano, preenche sua declaração de bens para o Imposto de Renda. Cada nova linha acrescida foi produto de muito trabalho. Lotes, casas, apartamentos, sítios, casa na praia, automóveis...
   Se partir de repente, já cumpriu sua missão e não vai deixar a família desamparada. Para aumentar a sua relação de bens, é preciso ter dois ou três empregos, vender férias, levar serviço para casa, viajar, almoçar fora, reuniões, agenda cheia, afinal, ele não pode fraquejar.
   Esse homem se esquece de que a verdadeira declaração de bens está naquelas modestas linhas, quase escondidas, onde se lê, relação de dependentes. São os filhos que colocou no mundo, a quem deve dedicar o melhor do seu tempo.
   Os filhos não estão interessados em propriedades. Eles só querem um pai para conviver, dialogar, brincar. Os meninos crescem, e o pai nem percebe o que perdeu. Por que não os levou na Escola, nunca foi a uma festa infantil; não teve tempo para ver coroação de sua filha como “Rainha da Primavera”. Isso não é coisa para executivo, é programa de desocupados.
   Há filhos órfãos de pais vivos, porque estão “entregues”. O pai para um lado, a mãe para outro, e a família desintegrada, sem amor, sem diálogo, sem convivência. É a convivência que solidifica o amor entre irmãos, elimina problemas e resolve as coisas com paciência.
   Há uma HISTÓRIA VERDADEIRA, contata por um homem chamado Luiz Otávio: “Dos 18 anos de casado, passei 15 absorvido por muitas tarefas, envolvido em várias ocupações e totalmente entregue ao objetivo único e prioritário: construir o futuro para três filhos e minha mulher. Isso me custou longos afastamentos de casa, viagens, estágios, cursos, plantões nos jornais, madrugadas no estúdio da tv.
   Uma vida sempre agitada, tormentosa e apaixonante, na dedicação à profissão – que foi, na verdade, mais importante do que minha família. Agora, estou aqui, com o resultado de tanto esforço: construí o futuro penosamente e não sei o que fazer com ele, depois da perda de Luiz Otávio e Priscila.
   De que vale tudo o que juntei, se esses filhos não estão mais aqui, para aproveitar isso com a gente?
   Se o resultado de 30 anos de trabalho fosse agora consumido por incêndio e, desses bens todos, não restasse nada mais do que cinzas; isso não teria a menor importância; não ia provocar o menor abalo em nossa vida, porque a escala de valores mudou e o dinheiro passou a ter peso mínimo e relativo em tudo.
   Se o dinheiro não foi capaz de comprar a cura do meu filho amado que se drogou e morreu; não foi capaz de evitar a fuga de minha filhinha, que saiu de casa e se prostituiu, e dela não tenho notícias, para que serve estão o dinheiro?
   Para que ser escravo do dinheiro?
   Eu trocaria – explodindo de felicidade – todas as linhas da Declaração de Bens por duas únicas que tive que retirar na relação de dependentes: os nomes Luiz Otávio e Priscila. E como doeu retirar essas linhas da Declaração de 1986, Ano-Base 1985.”
   (Luiz Otávio morreu aos 14 anos e Priscila fugiu um mês antges de completar 15 anos).

Colaboração Pastor Ivan Geraldo Tresman
Chapadão do Sul - MS

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