17/05/2012

ASCENSÃO DE JESUS

   Nesta quinta-feira, dia 17 de maio, a Igreja Cristã celebra a Ascensão de Jesus Cristo aos céus. 40 dias após a sua ressurreição, Jesus foi elevado às alturas.
   A ascensão de Jesus é uma das histórias bíblicas cada vez menos conhecidas do grande público. Num passado não tão distante, em cidades com forte influência protestante, a ascensão de Jesus era comemorada como feriado. Hoje, é rara a menção da data em algum lugar de destaque.
   Mesmo na Igreja, muitos não sabem exatamente o que celebrar neste dia. Por que celebrar a ascensão de Jesus? Que significado tem este dia para a fé cristã? A mensagem deste blog vai querer ajudá-lo a entender o seu real significado.
   O relato da ascensão de Jesus, além de constar no Evangelho de Lucas, aparece no Evangelho de Marcos 16.19 e no livro de Atos 1.9-11. Lucas utiliza o mesmo evento da ascensão para concluir o seu Evangelho - em que conta a vida de Jesus - e para iniciar o livro de Atos - em que conta o início da história da Igreja. Este dado fornece-nos a perspectiva com que o evangelista aborda este evento. Encerra-se a missão de Jesus na terra e inicia-se o trabalho de Jesus no céu e a missão da Igreja, numa nova perspectiva, na terra. Também o Evangelho de João faz menção à ascensão de Jesus. Neste Evangelho, a ascensão é apresentada sempre de forma profética - como algo que estava previsto acontecer com Jesus (João 6.62; 14.2, 12; 16.5, 10, 17, 28; 20.17).
   O evangelista Lucas interpreta a ascensão como sendo um evento que distingue dois momentos da história da salvação. Até a ascensão, uma série de eventos deveria acontecer com Jesus para que se cumprissem as Escrituras. Após a ascensão, a ação de Jesus no mundo se daria de outra maneira. Ele estaria no céu, junto ao Pai, intercedendo pelos cristãos. O Espírito Santo estaria acompanhando a Igreja na terra em sua atividade de testemunho.
   O autor de Hebreus menciona a ascensão para encorajar e animar seus leitores quando estes estiverem desfalecidos (Hebreus l.3; 4.14; 9.24). O fato de Cristo ter subido aos céus é garantia de que temos um Salvador que pode e quer nos ajudar. Podemos confiar naquele que está assentado à destra do Pai.
   Portanto, o episódio da ascensão, na Bíblia, é utilizado para encorajar os cristãos na sua atividade de testemunho e para consolá-los nos momentos difíceis. Crer que Jesus subiu ao céu serve para animar as pessoas cristãs a falarem do Salvador e para dar-lhes a certeza de que a vitória foi definitivamente conquistada por Jesus Cristo.
   A intenção de Lucas, ao colocar a narrativa da ascensão como conclusão do texto de seu Evangelho, é bem clara. Ele apresenta a razão da vinda de Cristo e a perspectiva para a vida dos discípulos a partir da sua subida aos céus. Os discípulos podem se dedicar com alegria e confiança à obra que Deus lhes confiou, pois a salvação que o Messias veio trazer foi concluída com êxito e as promessas de Deus cumpriram-se e continuarão se cumprindo. Em resumo, o que Lucas diz é o seguinte: o que Deus disse que o Messias faria foi cumprido por Jesus. Podemos dispor-nos a ser testemunhas, pois Deus, que foi fiel em suas promessas, continuará conosco na tarefa de testemunhar essa mensagem ao mundo. Ele continuará a honrar a sua promessa e nos dará o seu poder.
   Mais do que uma ação, Lucas quer criar em seus leitores a atitude de confiança e disposição para a tarefa de testemunhar. A ascensão é o acontecimento histórico que mostra aos discípulos, com toda a clareza, que a paixão, morte e ressurreição de Jesus não foram meros episódios sem sentido. O plano de Deus continua em andamento.
   O texto do evangelho chama a nossa atenção para dois aspectos em que o ser humano tem dificuldades e falha em relação a Deus. O primeiro é a falta de compreensão dos acontecimentos ao seu redor. Os discípulos de Jesus não conseguiam compreender porque estavam acontecendo as coisas que eles vivenciaram. Quando Jesus foi preso, os discípulos o abandonaram. Pedro pensou que era preciso sacar a espada para defender a Jesus. Quando Jesus morreu e foi sepultado, alguns pensaram que era o fim, que suas esperanças tinham sido em vão.
   Até hoje é difícil entender os acontecimentos ao nosso redor. Quando houve o atentado terrorista às torres em Nova Iorque, em setembro de 2001, alguns diziam que foi castigo contra a injustiça imperialista americana e outros diziam que foi um ato contra a humanidade. Quando aconteceu a guerra do Afeganistão, as interpretações dos fatos também foram contraditórias. Da mesma forma, temos dificuldade de entender as crises de tantos outros países. Na nossa vida particular, temos dificuldade de entender por que certas coisas acontecem.
   A história da ascensão mostra com clareza que, se Jesus não ajudasse os discípulos a interpretar os acontecimentos, eles não os entenderiam. Há um plano de Deus para este mundo e este passa por Jesus Cristo. Ele é o centro da história. Ele é o Senhor da história. Nele podemos confiar. Se, às vezes, não conseguimos entender os fatos, podemos continuar confiando em Jesus Cristo. Ele venceu os poderes do mal. Ele subiu ao céu e está sentado à direita do Pai. Ele tem todo o poder e nos abençoa, mesmo quando não entendemos o que está acontecendo.
   O segundo aspecto para o qual o texto chama nossa atenção é a necessidade de pregar arrependimento para remissão dos pecados. Arrependimento faz parte da vida cristã. Ninguém acerta todas. Ninguém acerta sempre. Arrependimento significa reconhecer que há coisas erradas em nossa vida que precisam ser confessadas e acertadas. Deus, em Cristo, perdoa. Deus, em Cristo, dá nova oportunidade. Pessoas precisam se arrepender. Nações precisam se arrepender. A justiça que Cristo restaurou precisa ser o padrão de vida. Só em Cristo isso é possível. Por isso, a tarefa dos cristãos é ser testemunha, pregando o arrependimento para remissão dos pecados.
   Portanto, a Ascensão de Jesus aponta-nos estes aspectos na sublime missão de levar CRISTO PARA TODOS, certos e convictos que Ele estará conosco até a consumação dos séculos (Mateus 28.20)
Pastor Carlos Wilhelms
Campo Grande, MS

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