09/06/2015

CHARLIE CHARLIE OU JOGO DO LÁPIS POSSUÍDO - É PECADO? O QUE A BÍBLIA PODE NOS DIZER SOBRE ISTO?

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Nos últimos dias o jogo “Clarlie Charlie Challenge” popularmente chamado de “Desafio Charlie” ou “O jogo do lápis possuído” tomou uma febre nas redes sociais e tem sido levado até mesmo para as escolas durante os intervalos. Na verdade em algumas regiões já faz mais tempo que esse jogo vem se espalhando e aquilo que aparentemente parece ser apenas uma brincadeira boba, pode acabar mal.
Algumas pessoas acham que o desafio teria origem em uma antiga tradição mexicana que convoca a visita de um demônio chamado Charly, que se demonstra presente pelo movimento dos lápis em direção a palavra “sim” ou “não”. Charly seria um ajudante do Diabo muito astuto, a espera de uma oportunidade para trazer as essências do mal para o nosso mundo, e para isso precisa ser evocado através da tal brincadeira do lápis. Porém a agência de notícias BBC, através da correspondente Maria Elena Navez, diz que não há nenhum demônio chamado “Charlie” no México, além disso, ela diz que a maioria das lendas mexicanas vêm da história antiga dos povos Astecas e Mayas, ou a partir de crenças que começaram a circular durante a conquista espanhola. Seria muito difícil que um demônio mexicano tenha sido batizado com esse nome “Charlie”. Por isso não se sabe ao certo, mas provavelmente essa onda tenha surgido a partir de alguns vídeos publicados no YouTube em 2014, postados por um usuário mexicano e talvez daí tenha surgido a ideia de que esse tal demônio Charlie seja mexicano.
Essa nova mania dos adolescentes consiste em invocar o espírito do fantasma ou demônio chamado Charlie e ele supostamente responderia girando um lápis sobre uma folha em branco onde estão as palavras “SIM” e “NÃO”.
Apesar das pessoas acreditarem que acontece ali um fenômeno paranormal, ou acreditarem que a resposta vem de um espírito evocado, é obvio que trata-se apenas de mais um jogo que usa a gravidade para assustar as pessoas. Como a base de contato entre os lápis é bem pequena e também o fato de que uma ponta do lápis é mais leve que o outro lado, basta uma pequena vibração ou mexida na mesa, ou ainda um pequeno sopro para que o lápis se mecha e acabe indicando uma das respostas. Alguns especialistas mostraram como alguns vídeos postados na internet foram editados para que não se ouvisse o som do sopro sendo dado em direção ao lápis.
A alguns anos atrás nas escolas era muito popular um outro jogo que usava um copasso e também tinha-se a ideia que um espírito evocado é que dava as respostas para a pergunta. Porém a própria pessoa que com a ponta do dedo segurava o compasso conseguia movimenta-lo.
Apesar da história do demônio Charlie não ter nada de sobrenatural, apesar do lápis não estar possuído eu diria que este jogo não deve ser praticado e nem incentivado por algumas razões:
1º Pode apavorar as pessoas e causar traumas – Pessoas desavisadas, ou que não sabem que isso se trata apenas de uma brincadeira (de muito mal gosto diga-se de passagem) podem levar esta história muito a sério e levar grandes sustos ao verem respostas sobre seu futuro sendo supostamente dadas. Muitos adolescentes para verem amigos e colegas apavorados fazem perguntas sobre morte, sobre futuros relacionamentos, sobre a morte de familiares.
Quando a nossa fé não está firme, ou quando temos muitas dúvidas a respeito destes assuntos, uma brincadeira como esta pode trazer muitos traumas e preocupações para a vida de um adolescente. Nesse caso você estaria trazendo um grande mal para a vida deste participante desavisado sobre esse tipo de brincadeira.
Você jovem cristão lembre-se do que Deus diz sobre isso:Não faça coisas que leve seu irmão a tropeçar” (Romanos 14.21). Se eu sei que este jogo pode levar o meu amigo, meu colega, meu irmão ao trauma ou pavor, então esta jogo passa a ser pecaminoso por isso, pela consequência que ele traz para a vida do outro.
2º Deus proíbe evocar espíritos – Mesmo sabendo que não há nenhuma possessão presente no lápis, mas se o jogo consiste em evocar um espírito ou demônio, como cristão, eu deveria saber que Deus não quer isso e inclusive nos proíbe de fazermos isso:
- Levítico 19.31 (NTLH) - “Não procurem a ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que adivinham o futuro. Isso é pecado e fará com que vocês fiquem impuros. Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês.”
- Levítico 20.27 - “Qualquer homem ou mulher que invocar os espíritos dos mortos ou praticar a feitiçarias deverá morrer”.
- Levítico 20.6 - “Se alguém procurar a ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que adivinham o futuro, eu ficarei contra essa pessoa por causa desse pecado e a expulsarei do meio do povo”.
- 1 Timóteo 4.1 – “O Espírito de Deus diz claramente que, nos últimos tempos, alguns abandonarão a fé. Eles darão atenção a espíritos enganadores e a ensinamentos que vem de demônios”.
Estes textos e tantos outros que podemos encontrar nas Escrituras Sagradas nos alertam claramente que Deus considera este ato de evocar espíritos de mortos ou adivinhadores de futuro uma prática abominável, que causa nojo a Deus. Sendo assim, certamente o jovem cristão não deve se envolver com este tipo de jogo, apesar de ele ser visto apenas como uma brincadeira. Não podemos servir a dois senhores, e se não é a Deus que esse jogo está servindo, você já pode saber qual é o lado que você estará servindo ao participar disto.
Deus em seu amor fez tanto por nós e pela nossa salvação. Você, jovem cristão, não coloque em risco a fé que Deus te deu. Não ponha Deus à prova, pois ele pode se zangar muito com isso. Também não se torne uma pedra de tropeço para teus colegas, amigos e irmãos. Lembre-se, você é uma testemunha da salvação e da graça de Jesus. Pensem sobre isto!

Pastor Rafael Elmer Zimmemann
Igreja Luterana de Bonito, MS

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