Nos últimos dias o jogo “Clarlie Charlie Challenge” popularmente chamado
de “Desafio Charlie” ou “O jogo do lápis possuído” tomou uma febre nas redes
sociais e tem sido levado até mesmo para as escolas durante os intervalos. Na
verdade em algumas regiões já faz mais tempo que esse jogo vem se espalhando e
aquilo que aparentemente parece ser apenas uma brincadeira boba, pode acabar
mal.
Algumas pessoas acham que o desafio teria origem em uma antiga
tradição mexicana que convoca a visita de um demônio chamado Charly, que se
demonstra presente pelo movimento dos lápis em direção a palavra “sim” ou “não”.
Charly seria um ajudante do Diabo muito astuto, a espera de uma oportunidade
para trazer as essências do mal para o nosso mundo, e para isso precisa ser
evocado através da tal brincadeira do lápis. Porém a agência de notícias
BBC, através da correspondente Maria Elena Navez, diz que não há nenhum demônio
chamado “Charlie” no México, além disso, ela diz que a maioria das lendas mexicanas
vêm da história antiga dos povos Astecas e Mayas, ou a partir de crenças que
começaram a circular durante a conquista espanhola. Seria muito difícil que um
demônio mexicano tenha sido batizado com esse nome “Charlie”. Por isso não se
sabe ao certo, mas provavelmente essa onda tenha surgido a partir de alguns
vídeos publicados no YouTube em 2014, postados por um usuário mexicano e talvez
daí tenha surgido a ideia de que esse tal demônio Charlie seja mexicano.
Essa nova mania dos adolescentes consiste em invocar o
espírito do fantasma ou demônio chamado Charlie e ele supostamente responderia
girando um lápis sobre uma folha em branco onde estão as palavras “SIM” e “NÃO”.
Apesar das pessoas acreditarem que acontece ali um
fenômeno paranormal, ou acreditarem que a resposta vem de um espírito evocado, é
obvio que trata-se apenas de mais um jogo que usa a gravidade para assustar as
pessoas. Como a base de contato entre os lápis é bem pequena e também o
fato de que uma ponta do lápis é mais leve que o outro lado, basta uma pequena
vibração ou mexida na mesa, ou ainda um pequeno sopro para que o lápis se mecha
e acabe indicando uma das respostas. Alguns especialistas mostraram como alguns
vídeos postados na internet foram editados para que não se ouvisse o som do
sopro sendo dado em direção ao lápis.
A alguns anos atrás nas escolas era muito
popular um outro jogo que usava um copasso e também tinha-se a ideia que um
espírito evocado é que dava as respostas para a pergunta. Porém a própria
pessoa que com a ponta do dedo segurava o compasso conseguia movimenta-lo.
Apesar da história do demônio Charlie não ter
nada de sobrenatural, apesar do lápis não estar possuído eu diria que este jogo
não deve ser praticado e nem incentivado por algumas razões:
1º Pode
apavorar as pessoas e causar traumas – Pessoas desavisadas,
ou que não sabem que isso se trata apenas de uma brincadeira (de muito mal
gosto diga-se de passagem) podem levar esta história muito a sério e levar
grandes sustos ao verem respostas sobre seu futuro sendo supostamente dadas.
Muitos adolescentes para verem amigos e colegas apavorados fazem perguntas
sobre morte, sobre futuros relacionamentos, sobre a morte de familiares.
Quando a nossa fé não está firme, ou quando
temos muitas dúvidas a respeito destes assuntos, uma brincadeira como esta pode
trazer muitos traumas e preocupações para a vida de um adolescente. Nesse caso
você estaria trazendo um grande mal para a vida deste participante desavisado
sobre esse tipo de brincadeira.
Você jovem cristão lembre-se do que Deus diz
sobre isso: “Não faça coisas que leve
seu irmão a tropeçar” (Romanos
14.21). Se eu sei que este jogo pode levar o meu amigo, meu colega, meu
irmão ao trauma ou pavor, então esta jogo passa a ser pecaminoso por isso, pela
consequência que ele traz para a vida do outro.
2º Deus proíbe
evocar espíritos – Mesmo sabendo que não há nenhuma possessão
presente no lápis, mas se o jogo consiste em evocar um espírito ou demônio,
como cristão, eu deveria saber que Deus não quer isso e inclusive nos proíbe de
fazermos isso:
- Levítico
19.31 (NTLH) - “Não procurem a ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e
dos que adivinham o futuro. Isso é pecado e fará com que vocês fiquem impuros.
Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês.”
- Levítico 20.27 - “Qualquer homem ou mulher
que invocar os espíritos dos mortos ou praticar a feitiçarias deverá morrer”.
- Levítico 20.6 - “Se alguém procurar a ajuda
dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que adivinham o futuro, eu
ficarei contra essa pessoa por causa desse pecado e a expulsarei do meio do
povo”.
- 1 Timóteo 4.1 – “O Espírito de Deus diz
claramente que, nos últimos tempos, alguns abandonarão a fé. Eles darão atenção
a espíritos enganadores e a ensinamentos que vem de demônios”.
Estes textos e tantos outros que podemos
encontrar nas Escrituras Sagradas nos alertam claramente que Deus considera
este ato de evocar espíritos de mortos ou adivinhadores de futuro uma prática
abominável, que causa nojo a Deus. Sendo assim, certamente o jovem cristão não
deve se envolver com este tipo de jogo, apesar de ele ser visto apenas como uma
brincadeira. Não podemos servir a dois senhores, e se não é a Deus que esse
jogo está servindo, você já pode saber qual é o lado que você estará servindo
ao participar disto.
Deus em seu amor fez tanto por nós e pela nossa
salvação. Você, jovem cristão, não coloque em risco a fé que Deus te deu. Não
ponha Deus à prova, pois ele pode se zangar muito com isso. Também não se torne
uma pedra de tropeço para teus colegas, amigos e irmãos. Lembre-se, você é uma
testemunha da salvação e da graça de Jesus. Pensem sobre isto!
Pastor
Rafael Elmer Zimmemann
Igreja
Luterana de Bonito, MS
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